Covid-19: células T podem ser esperança de cura

Covid-19: células T podem ser esperança de cura

25 de Maio, 2020 0 Por Claudio Rangel

A Ciência está perto de saber o motivo pelo qual algumas pessoas não são infectadas pelo novo coronavírus. Pesquisadores analisaram o sangue de 68 pessoas que não contraíram a covid-19 e descobriram que 34% delas tinham células T auxiliares — linfóticos T — atualmente considerados os “assassinos” imunológicos do agente da doença.

Os pesquisadores pensam que essas células provavelmente foram desencadeadas por infecções passadas com um dos quatro tipos de coronavírus humanos que causam resfriados. As proteínas desses vírus se assemelham às do SARS-CoV-2.

As evidências ainda não são claras, mas integrantes da comunidade científica estão animados. Como a virologista Angela Rasmussen, da Universidade de Columbia.  Embora os estudos não esclareçam se as pessoas curadas da covid-19 possam evitar o vírus no futuro, ambas identificaram respostas que são um bom presságio para o desenvolvimento de imunidade protetora a longo prazo.

Vacinas contra a covid-19

 As atuais descobertas também podem ajudar os pesquisadores a criar melhores vacinas. No mundo, os cientistas estudam o desenvolvimento de cerca de 100 facinas covid-19. Todas essas tentativas se concentram em desencader uma resposta com anticorpos.

Entretanto, os pesquisadores sabem que nossas células B produzem anticorpos contra o novo coronavírus. Eles esperam que as vacinas com essas células possam se prender ao vírus e impedir que ele entre nas outras. 

A nova hipótese é que as células T auxiliares também possam ajudar a impedir infecções. Elas estimulariam as células B e outros defensores do sistema imunológico a agir A gravidade da doença pode depender da força dessas respostas das células T.

Guerra ao coronavírus

Os resultados coincidem com os de um estudo publicado pelo imunologista Andreas Thiel e colegas, do Hospital Universitário Charité, em Berlim. Eles identificaram células T auxiliares direcionadas à proteína spike em 15 dos 18 pacientes hospitalizados com COVID-19.

Antes desses estudos, os pesquisadores não sabiam se as células T tinham um papel na eliminação do SARS-CoV-2 – ou mesmo se poderiam provocar uma reação exagerada do sistema imunológico. “Esses trabalhos são realmente úteis, porque começam a definir o componente da célula T da resposta imune”, diz Rasmussen.

Ela e outros cientistas alertam que os resultados não significam que as pessoas que se recuperaram da COVID-19 estão a salvo de reinfecções. Mas eles aumentam a esperança de que uma vacina possa oferecer proteção duradoura contra o vírus.