Meditação afeta o cérebro de crentes e ateus

Meditação afeta o cérebro de crentes e ateus

21 de Dezembro, 2021 0 Por Planeta Zen

A meditação afeta o cérebro das pessoas que acreditam ou não em Deus. Esta é a conclusão de pesquisadores do cérebro após detectarem melhorias na cognição e no bem-estar emocional associados à meditação e ioga, bem como diferenças dos efeitos da prática meditativa.

A neurocientista Sara Lazar disse que as imagens cerebrais são diferentes entre pessoas que não meditam em comparação com as que adotam a prática. A afirmação da cientista foi feita durante o evento Neuroscience & Society co-patrocinado pela AAAS e a Dana Foundation em 28 de setembro de 2021.

Uma outra pesquisa mostrouos resultdos em experimentos controlados envolvendo treinamento de atenção plena.

“Isso sugere neuroplasticidade para mim. A capacidade de seu cérebro mudar, crescer e se adaptar”, disse Lazar, pesquisadora associada do departamento de psiquiatria do Massachusetts General Hospital e professora assistente de psicologia na Harvard Medical School, em relação à meditação.

AAAS e a Dana Foundation têm colaborado na série de palestras Neuroscience & Society desde 2012, com 20 eventos até agora, atingindo 3400 participantes. O objetivo da série é fornecer um fórum público para que os especialistas compartilhem os últimos avanços na pesquisa do cérebro e o que eles podem significar para os indivíduos e a sociedade.

Meditação e a química no cérebro

Em outra apresentação no evento, Chris Streeter, professor associado de psicologia e neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston, relatou que a substância química do cérebro GABA, um neurotransmissor associado ao controle da ansiedade, atingiu seu pico em praticantes de ioga experientes após executarem 60 minutos de posturas .

“Foi a primeira vez que as pessoas puderam dizer que houve uma mudança na química do cérebro associada à ioga”, disse Streeter.

A fim de testar se a ioga melhorou o humor e diminuiu a ansiedade mais do que outros exercícios físicos, os participantes do estudo foram testados antes e depois de uma intervenção de 12 semanas na qual fizeram ioga ou caminharam. As atividades envolveram a mesma quantidade de exercício físico.

O grupo de ioga sempre se sentiu melhor, de acordo com vários indicadores de humor e ansiedade, disse Streeter. Uma hora depois da ioga, os participantes relataram mudanças agudas, como revitalização, tranquilidade, positividade e aumento nos níveis de GABA.

Depressão e suicídio

Em pacientes deprimidos, mesmo usuários de antidepressivos, a ioga melhorou o sono. Consequentemente, tornou a pessoa mais positiva. Ninguém pensou em suicídio. Todas as medições que indicam o humor começaram a “se mover na direção certa”, disse Streeter.

Em contextos que envolvem meditação e oração, as varreduras cerebrais mostram diferenças. Por exemplo, indicam como o cérebro de crentes em Deus reage. Andrew Newberg, diretor de pesquisa do Instituto Marcus de Saúde Integrativa e médico do Hospital Universitário Thomas Jefferson, disse que, quando freiras contemplavam Deus, a ativação era detectada em imagens do córtex pré-frontal. Este é o centro do controle cognitivo, mas não havia tal ativação nos cérebros dos ateus.

Newberg também discutiu as mudanças na química do cérebro associadas a experiências de retiro envolvendo oração, meditação e silêncio. Testes anteriores e posteriores ao retiro mostraram diminuições nos níveis dos transportadores de dopamina e serotonina. Isso permitiria que os neurotransmissores químicos fossem armazenados no cérebro para uso posterior.

Finalizando sua apresentação, Newberg disse que o trabalho dos três pesquisadores pode ser visto como interligado. “Todo esse trabalho está se aglutinando e nos ajudando a entender a natureza geral dessas experiências”, disse ele.